terça-feira, 26 de junho de 2007

O Monge curioso.


Vivia um monge no silencio de seu mosteiro... Era sábio e santo. Porém, o Senhor Deus permitiu que uma enorme curiosidade lhe perturbasse a paz. Ele deseja muito saber qual a pessoa mais feliz do mundo, a mais santa de todas, a mais sábia.
Estava participando das primeiras orações da manhã e enquanto orava, perguntava para Deus incessantemente; “Senhor das pessoas que vivem nesta terra,qual será atualmente a mais sábia, a mais santa e a mais feliz? De repente uma voz lhe soou aos ouvidos, “ Vai até
a porta da igreja e lá te dirão quem é.”
Sem esperar um só instante o monge pôs seu capuz, meteu as mãos nas largas mangas do hábito e atravessou todo o silencioso mosteiro.
Chegou à porta da igreja .Um pobre ali estava. Passara a noite estendido num banco de pedra e naquele exato momento espreguiçava-se e traçava sobre si o sinal da cruz.
- Bom dia irmão, disse o monge .
-Bom dia! Responde o mendigo com o rosto alegre e em tom de entusiasmo.
-Irmão - replicou o monge- Pelo que vejo estás contente!

-Sempre estou contente! -

Sempre? Então és um homem feliz!

-Muito feliz! - respondeu o mendigo.- Sim padre, sou feliz porque lembro que Deus irá me ajudar a encontrar comida. De fato, Ele é muito bom para mim e nunca me deixa faltar um pedaço de pão.
-Dize-me – prosseguiu o monge – quando está nevando no inverno e tu, tremendo de frio, vais de porta em porta, como um passarinho que salta de um galho para o outro, és feliz?
-Sim, padre, muito feliz, porque lembro que Jesus Menino também passou frio na noite de seu nascimento, em Belém. Como Ele, também para mim o Pai do Céu envia muitas pessoas a me ajudar. Junto-me a meus amigos e nos aquecemos uns aos outros.
O monge estava admirado...Contemplando-o de alto a baixo disse:
- Tu me enganas... não és pobre.
- Não, padre, eu não sou um pobre.
- Logo vi... Então, quem és?
- Padre – disse o outro – Sou um rei que viajo escondido por este mundo. - Um rei!?... Um rei!?... E qual é o teu reino?
- Meu reino é o meu coração, onde mando sobre mim mesmo! Ali consigo dominar-me quando tenho vontade de fazer o mal a alguém. Ali direciono-me a Deus e lhe peço que somente nEle confie e que assim possa ter um coração puro. Olha padre, na verdade não sou eu quem reino em meu coração. Um outro soberano o conquistou: Jesus Cristo, que habita nele. Depois que Ele o conquistou a paz invadiu o meu ser e sou feliz, muito feliz. Já não preciso de mais nada, pois tenho um grande tesouro que mora em meu coração.
O monge não perguntou mais. Baixou a cabeça e voltou para o mosteiro; estava convencido de ter encontrado o homem mas santo, mais sábio e mais feliz deste mundo.

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